Antonio de Albuquerque
Sorrindo de alegria, num espaço sublime entre contos, encantos e poesias.
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Samaúma

Samaúma, também conhecida por Sumaúma é uma árvore que se realça entre todas por sua suntuosidade e mistérios que encerra. Entre diversas propriedades que possui, existe uma que se destaca sendo esta, a capacidade de conservar água no seu interior para irrigar outras árvores em redor. Sua água ingerida pelo homem tem serventia medicinal no combate a pleurite e a dificuldade do parto das mulheres. Suas sacopenbas servem de abrigo aos homens e animais como proteção das tempestades e predadores. Ela é considerada pelos moradores da floresta uma árvore sagrada.

Suas sementes são leves, e com o vento se propagam a longas distâncias semeando a terra com novas samaúmas. É uma árvore milenar conhecida por povos antigos que contam suas lendas e histórias. Ela é dotada de extraordinário magnetismo e, quando tocada atrai a energia negativa transformando-a em positiva, aliviando as dores e os transtornos que uma pessoa esteja sujeito a sentir. Ao liberar a água do seu interior para irrigar árvores mais próximas, pode se ouvir a distância grande estrondo. Histórias sobre a Samaúma são narradas por antigos moradores que habitam a floresta vivendo na mesma frequência mental. Refletindo sobre a flora amazônica à sombra de uma Samaúma, num sonho de ternura, Cauré contemplava sua radiante beleza. Ouvindo um som plangente e entre as ramagens da árvore surgiu entre as flores, uma mulher de inefável beleza, com gestos nobres e perfumados. Seu corpo levitava sobre as folhas entre raios dourados do sol. Seus cabelos pareciam flocos de ouro, o semblante tinha a candura de uma rosa, possuía um olhar alegre, olhos docemente iluminados, a voz macia tal às pétalas da própria samaúma, ecoava pelo universo e, em volta, uma aura de luz resplandecia.

O manto de luz que a envolvia, fazia parecer que as nuvens se abriram e a natureza inteira se apresentou. O Sol brilhava alegre, e, com raios de luz beijava as folhas da magestosa árvore; extasiado com tanta beleza, e com a voz embargada Caure indagou: ─ Você é Samaúma? ─ Não. Sou uma flor do seu jardim, respondeu com palavras. ─ E onde está o jardim? Indagou. ─ Você está dentro. Ele é o próprio encanto da natureza. Você se confunde com o jardim, porque também é parte dele, sendo imensurável. ─ Qual é o seu nome? ─ Luz, ou encanto, mas podes me chamar simplesmente de estrela, o nome pouco importa porque eu sou parte da natureza e você também o é. Sou um enfeite do jardim da samaúma, e aqui estou trazendo encanto, alegria, saúde e também mostrando que você  está dentro dos encantos dessa poderosa e sublime árvore. ─ Aonde vives, então? Com imensa expectativa indagou Caure. ─ Aqui nesse lugar. São coisas que compreenderás quando fores  transcendental.

Estou noutra dimensão, ocupando o mesmo espaço que você, contrariando a ciência do homem, um dia não muito distante você entenderá. ─ Você me enleva e me conduz ao Criador, disse Caure com alegria incontida. Com uma tênue brisa, graça e singeleza a flor afastou-se deixando uma energia divinal e  contentamento. As folhas da samaúma balançavam ao vento que se expandia sobre a mata florida. À distância, viam-se acácias e ipês floridos de branco, amarelo e lilás aformoseando a floresta. O piar dos pássaros alegrava a mata.

Silenciosa e fagueira descia a tarde sobre a floresta com uma aragem serena que a tarde sopra ao morrer, o Sol poente com sua luz dourada banhava as águas com grande beleza, a natureza festejava. Flores perfumavam invadindo as matas e Caure contemplava o entardecer de um dia pleno de encantamento num jardim de esplendores, vendo os sonhos despertarem em pétalas de luz ao por do Rei Sol.
Antonio de Albuquerque
Enviado por Antonio de Albuquerque em 25/01/2016
Alterado em 31/08/2020
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