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Samaúma
Samaúma, também conhecida por Sumaúma é uma árvore que se realça entre todas por sua suntuosidade e mistérios que encerra. Entre diversas propriedades que possui, existe uma que se destaca sendo esta, a capacidade de conservar água no seu interior para irrigar outras árvores em redor. Sua água ingerida pelo homem tem serventia medicinal no combate a pleurite e a dificuldade do parto das mulheres. Suas sacopenbas servem de abrigo aos homens e animais como proteção das tempestades e predadores. Ela é considerada pelos moradores da floresta uma árvore sagrada.
Suas sementes são leves, e com o vento se propagam a longas distâncias semeando a terra com novas samaúmas. É uma árvore milenar conhecida por povos antigos que contam suas lendas e histórias. Ela é dotada de extraordinário magnetismo e, quando tocada atrai a energia negativa transformando-a em positiva, aliviando as dores e os transtornos que uma pessoa esteja sujeito a sentir. Ao liberar a água do seu interior para irrigar árvores mais próximas, pode se ouvir a distância grande estrondo. Histórias sobre a Samaúma são narradas por antigos moradores que habitam a floresta vivendo na mesma frequência mental. Refletindo sobre a flora amazônica à sombra de uma Samaúma, num sonho de ternura, Cauré contemplava sua radiante beleza. Ouvindo um som plangente e entre as ramagens da árvore surgiu entre as flores, uma mulher de inefável beleza, com gestos nobres e perfumados. Seu corpo levitava sobre as folhas entre raios dourados do sol. Seus cabelos pareciam flocos de ouro, o semblante tinha a candura de uma rosa, possuía um olhar alegre, olhos docemente iluminados, a voz macia tal às pétalas da própria samaúma, ecoava pelo universo e, em volta, uma aura de luz resplandecia.
O manto de luz que a envolvia, fazia parecer que as nuvens se abriram e a natureza inteira se apresentou. O Sol brilhava alegre, e, com raios de luz beijava as folhas da magestosa árvore; extasiado com tanta beleza, e com a voz embargada Caure indagou: ─ Você é Samaúma? ─ Não. Sou uma flor do seu jardim, respondeu com palavras. ─ E onde está o jardim? Indagou. ─ Você está dentro. Ele é o próprio encanto da natureza. Você se confunde com o jardim, porque também é parte dele, sendo imensurável. ─ Qual é o seu nome? ─ Luz, ou encanto, mas podes me chamar simplesmente de estrela, o nome pouco importa porque eu sou parte da natureza e você também o é. Sou um enfeite do jardim da samaúma, e aqui estou trazendo encanto, alegria, saúde e também mostrando que você está dentro dos encantos dessa poderosa e sublime árvore. ─ Aonde vives, então? Com imensa expectativa indagou Caure. ─ Aqui nesse lugar. São coisas que compreenderás quando fores transcendental.
Estou noutra dimensão, ocupando o mesmo espaço que você, contrariando a ciência do homem, um dia não muito distante você entenderá. ─ Você me enleva e me conduz ao Criador, disse Caure com alegria incontida. Com uma tênue brisa, graça e singeleza a flor afastou-se deixando uma energia divinal e contentamento. As folhas da samaúma balançavam ao vento que se expandia sobre a mata florida. À distância, viam-se acácias e ipês floridos de branco, amarelo e lilás aformoseando a floresta. O piar dos pássaros alegrava a mata.
Silenciosa e fagueira descia a tarde sobre a floresta com uma aragem serena que a tarde sopra ao morrer, o Sol poente com sua luz dourada banhava as águas com grande beleza, a natureza festejava. Flores perfumavam invadindo as matas e Caure contemplava o entardecer de um dia pleno de encantamento num jardim de esplendores, vendo os sonhos despertarem em pétalas de luz ao por do Rei Sol.