Antonio de Albuquerque
Sorrindo de alegria, num espaço sublime entre contos, encantos e poesias.
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 Lou

Cauré preparava-se para seguir viagem, quando surgiu na margem do Rio uma canoa com um tripulante. Ficou radiante, finalmente um ser humano o visitava e quando a canoa se aproximou, percebeu tratar-se de uma mulher, deu-lhe as boas vindas e ela aceitou desembarcar. Bem jovem, parecia ter vinte e cinco anos, seus cabelos negros e longos desciam pelos ombros como um manto de trevas. De porte majestoso, tinha palavras simples e fluentes e sua voz firme se propagava em ondas harmoniosas. Falava um dialeto entendido por Cauré e tinha a pele morena e olhos de esmeralda, a sombra do seu corpo se projetava na areia alva e seu nome era Lou.

Cauré entendendo seu dialeto, alegremente conversava com a jovem. O anfitrião providenciou alimento e preparou acomodação dentro da canoa para a ilustre visitante que, certamente ali pernoitaria, pois, o sol declinava. Lou era alta e graciosa, seu andar leve e faceiro dava-lhe um porte de rainha, quais coisas belas que povoam os nossos mais lindos sonhos.

Com naturalidade se despiu e banhou no rio seu belíssimo corpo. Sua canoa foi retirada da água e colocada junto da outra, coberta de palha que os protegeria do sereno naquela noite que certamente seria maravilhosa. A canoa se transformou num lugar acolhedor e Trovão o cachorro encantado de Cauré, feliz corria pela praia brincando com rãs e bichinhos da areia. Durante o jantar, Lou contou que fazia uma longa viagem para levar uma mensagem a um homem que deveria se juntar a ela no trabalho de preservação da floresta. Ela observou o encantamento de Cauré e Trovão quando os viu falar com plantas e animais, mas guardou para si essa descoberta.

Não convinha falar dessa dedução pelo menos naquele momento, pois Cauré era o homem a quem ela veio se juntar para juntos cumprirem uma missão guardando em sigilo esse segredo. Deveria, portanto, manter em confidência tudo que sabia sobre ele, afinal a história com ele estava apenas começando.

Cauré julgava ser importante saber quem realmente era Lou, mas preferiu que ela mesma revelasse a sua verdadeira identidade e a razão de estar em sua companhia. Mas de uma coisa ele tinha certeza, ela sabia da sua condição de encantado. Mas, porque ela teria ido ao seu encontro? Que segredo guardava aquela bela moça? Perguntas que Cauré fazia a si mesmo. Nadina, mãe de Cauré afirmara que a melhor solução para coisas misteriosas, é entregar ao tempo, senhor absoluto de tudo quanto há.

Os dias se passaram e Cauré sentia-se atraído por Lou, mas isso não o impedia de esperar que ela contasse uma história convincente sobre sua identidade. Nadina havia ensinado a Cauré lidar com as mulheres e dizia que elas nunca contam a história completa, guardam os segredos para usarem como poder de sedução. Com Lou não seria diferente. Cauré estava fascinado pela companhia de Lou e a convidou para juntos subirem o Rio, sem, contudo, contar o objetivo daquela viagem. Ela aceitou e juntos decidiram que na próxima lua cheia colocariam as suas canoas rio acima. Os dias se tornaram mais alegres e eles passeavam pelas praias e florestas, pescavam belos peixes e durante a noite juntos dormiam na mesma canoa tendo a lua e as estrelas como testemunhas de um grande amor.

Era noite quando ouviram ruídos estranhos dentro da mata e ficaram em alerta. Lou não parecia sentir medo, mas Cauré e Trovão que tinham tido uma escaramuça com um mapinguari, sentiam-se temerosos. Trovão dizia ser um cachorro corajoso, mas na realidade só tinha beleza e logo ao ouvir o barulho na mata veio para junto do dono. Tremia de medo e Cauré sorria da sua atitude, mas com a promessa de comer marreco assado na brasa, logo se refez e disse estar pronto para enfrentar qualquer monstro que aparecesse. Cauré para mexer com o brio de Trovão disse: ─ Trovão não me faça vergonha, pelo menos diante da moça! ─ Eu sempre resolvo as lutas é sozinho mesmo! Disse Trovão parecendo um herói. ─ Éh, eu bem conheço sua coragem! Disse Cauré. Na floresta ouviam-se estrondos, a terra estremecia e Cauré sentia um cheiro horrível. Temerosos, os animais corriam pelas matas quebrando arbustos. À distância, onças uivavam procurando impor superioridade ao desconhecido e aves voavam dos ninhos em plena noite escura.

Cauré e Lou ficaram de costas, para ter uma melhor visão de onde poderia surgir algo estranho. Cauré sentia que algum malfeitor na noite escura surgiria das trevas, seria questão de tempo. Trovão na popa da canoa farejava e, com visão mais aguçada observava o escuro da floresta. O cheiro ruim invadia suas ventas e ele uivava imitando uma onça para na noite impor supremacia ao provável agressor. Cauré e Lou permaneciam em silêncio.

Não demorou e ouviram passos bem perto e surgiram enormes macacos que lembravam figuras humanas, mas tinham os dentes para fora, sem lábios e com chifres no meio da testa, formavam uma figura dantesca. Não usavam roupas e exalavam um fedor terrível. O suposto chefe dirigiu-se a Cauré dizendo ter vindo buscar Lou. ─ Ela me pertence, sou o rei dessa floresta. Quero-a, seu lugar é ao meu lado, dizia o bicho. -- Você não é dono de nada, disse a moça. Cauré olhando no olho do monstro, disse: ─ Você e seus comparsas serão destruídos. Travou-se então, uma sangrenta batalha. Eram muitos macacos contra Cauré, Lou e Trovão. Trovão tinha os dentes cravados no bumbum fedorento de um macaco monstro que desesperado uivava, enquanto isso Cauré e Lou sua companheira lutavam em desvantagem, os macacos eram mais ágeis, fortes e numerosos.

No entanto, Lou era mais rápido do que uma onça pintada e lutava com ardor ao lado de Cauré que não vacilava. Os monstros usavam a força enquanto Cauré e Lou, a técnica de artes marciais, especialmente golpes mortais. Mas, os monstros lutavam e ao mesmo tempo, protegiam o chefe e, assim, Cauré sentia dificuldade em atingi-los. Lou combatia dois monstros, quando percebeu que Cauré receberia um golpe mortal, pulou para trás por cima de dois macacos e acertou um deles, que desfalecido tombou. Cauré fez um sinal e voltaram à posição anterior, lutando de costas. A peleja parecia não ter fim, até que surgiu na cena da luta, cinco grandes águias que arrebataram os macacos e os jogaram à distância, ainda vivos, mas machucados abandonaram o combate e fugiram para a floresta.

As águias voaram algumas vezes sobre o local, mergulharam na floresta e Cauré ouviu uma grande gritaria, depois um silêncio profundo. Elas voltaram a sobrevoar a praia e em lindo voo subiram, desaparecendo entre as nuvens clareadas pelas estrelas. Cauré e Lou estavam bem, e Trovão com ares de vitorioso só contava vantagens. Naquela noite não dormiram, permanecendo em vigília. Cauré recuperado, perguntou quem eram aquelas águias, e Lou respondeu que se tratava de suas guardiãs que permaneciam próximas, e em outras ocasiões já haviam vindo socorrê-la ─ Solidárias como elas, deveriam ser os homens, disse Lou.

Era manhã quando colocaram as duas canoas rio acima. A canoa pequena de Lou estava atrelada a de Cauré. ─ Assim fica mais agradável à viagem, afirmou Cauré. ─ Certamente, com um sorriso respondeu a moça. Trovão sozinho usava a canoa vazia, sentindo-se um rei, e só pensava em comer.

─ Não ofereço a ninguém porque é apenas um pedaço de pato assado. Só dá para mim. Ah! Que apetitoso. ─ Bom apetite, pulguento, disse Cauré─ Minhas pulgas ficaram em Tutóia, respondeu. Cauré sentia-se atraído por Lou que aceitava sua corte. Assim teve inicio um grande relacionamento amoroso.

Mas, quem verdadeiramente seria essa bela jovem tão misteriosa que tinha águias como protetoras? Que possuía uma capacidade de luta fenomenal, enfrentando diversos adversários ao mesmo tempo? Somente ela poderia revelar. Depois de algumas semanas de viagem, resolveram abarrancar em um lugar, onde a água era limpa e a areia alva tal a plumagem da garça. Colocaram as canoas em terra firme e se entregaram aos deleites do lugar paradisíaco. Juntos construíram uma cabana coberta de palha. Um lugar bem aconchegante.

Ali, pescavam, caçavam marrecos, patos, mutuns e faziam churrascos. Colhiam frutos na floresta e se divertiam correndo pelas belas praias. Trovão aproveitava, pois nada tinha a fazer, dormia preguiçosamente, saciava a fome comendo churrasco de patos, marrecos e como diversão, na praia apostava corrida com Lou e Cauré. Trovão sempre ganhava e passava o resto do dia contando vantagem. Ele era um espertalhão e Lou já o amava, gostava do seu jeito brincalhão. A amizade entre Cauré e Lou cresceu e se entregaram ao amor. Ele contou a história de sua vida e o objetivo da viagem. Ela também falou alguma coisa sobre a razão de estar ali, mas deixou algumas lacunas. Cauré percebeu, mas entendeu que era coisa de mulher. As mulheres são assim mesmo, têm segredos que fazem parte dos seus encantos e Lou não era diferente. Mesmo assim ele estava apaixonado e quem está nesse estágio tem pouca visão.

─ Embora o tempo esteja chuvoso devemos retomar nossa viagem, precisamos chegar à cabeceira desse Rio. Depois teremos que caminhar algum tempo, pode ser dois meses ou mais, não sabemos o que iremos encontrar pela frente, dizia Cauré que ainda não conhecia a localização da cidade que tanto procurava. Lou aproveitou a permanência nessa praia e colheu madeira especial para confeccionar bons arcos e flechas, nisso ela era muito boa, tanto na fabricação quanto no manuseio desses artefatos de caça e, se necessário, também de guerra. Cauré ganhou um arco e flechas, confeccionados especialmente para ele. Às tardes treinavam esgrima com espadas especiais de madeira, conheciam técnicas de luta excepcionais.

Cauré possuía uma espada de ferro e prata que lhe foi ofertada pelo pai que a recebeu de seu avô. Ele usou-a em algumas ocasiões. No entanto Lou conhecia técnicas de luta que ele nem imaginava. Com ela Cauré aprendia novos golpes de defesa, ataque e truques. Isso o tornava um admirador da misteriosa jovem.

No dia seguinte a viagem prosseguiria. À noite, colocaram as duas canoas no Rio, dormiriam a bordo e logo cedo, ao raiar do dia, estariam subindo o Rio. O casal ocupava a canoa maior e Trovão, sabiamente fazia uso da menor. ─ Aqui dormirei o dia todo sem ser incomodado. Agora que ele arranjou essa princesa, mal fala comigo! Trovão falava para si mesmo. Ele estava tocado ligeiramente pelo ciúme, mas era coisa passageira, ele não guardava aborrecimentos e amava muito o casal de jovens. Dormia pensando nas brincadeiras que havia praticado durante o dia e em sonhos planejava o que iria aprontar no dia seguinte. Tinha ele realmente uma boa vida.

O brilho do sol dominava a manhã sorridente, os raios incidiam sobre a água do Rio, que manso e sereno corria para o mar distante. É o ciclo da água, evapora, vem na chuva e corre para o mar. Os viajantes fizeram à primeira refeição e iam lançar os remos ao Rio, quando perceberam estranhos se aproximando e logo perceberam tratar-se dos mesmos monstros da contenda anterior, agora em número maior. Não esperaram para contar.

Lançaram mão dos arcos e flechas e a batalha começou, Cauré era certeiro e conseguiu flechar pelo menos cinco adversários, Lou não deixava por menos, pois tinha uma brilhante pontaria. Trovão se mantinha na canoa, procurando a todo custo desatar o nó da corda que prendia as embarcações ao barranco, tentava também se desviar do inimigo e evitar que o abordassem e virassem as canoas. Cauré mantinha-se na peleja com bravura e Lou, que lutava contra muitos adversários, tentava proteger Cauré. Mas ele era valente e esperto, sempre estava na dianteira, usando velhos truques ensinados pelo pai.

A batalha era difícil, outros macacos chegavam à praia e a luta se estendia por pelo menos vinte minutos. Os dois naturalmente já não usavam mais os arcos e flechas, a luta agora era corpo a corpo e estava favorável aos terríveis inimigos que cuspiam labaredas de fogo e davam gritos de terror. A batalha estava sangrenta, os bichos vinham para cima com toda a fúria, porém muitos caídos sobre a areia, outros boiando na água do Rio. Com grande esforço Cauré resistia ao ataque do inimigo e sangrava com um corte na cabeça. Trovão jogado na água lutava para subir a bordo quando foi atingido novamente e ficou boiando por alguns segundos, mas finalmente conseguiu se recuperar. A luta continuava e muitos gorilas ficaram estendidos ao chão. Cauré e Lou dominavam a luta com muita dificuldade. Lou então gritou e, num dialeto estranho disse algumas palavras desconhecidas para o parceiro, que não entendeu a súbita exclamação.

Em poucos segundos, surgiu na mão de Lou uma espada prateada e em um movimento rápido pulou para terra firme enfrentando dezenas de bichos que gritavam e sopravam fumaça e fogo pelas ventas. Cauré viu surgir em sua mão direita uma faca prateada em forma de espada. Encorajado subiu para terra firme e voltou à posição de antes, lutando de costas para Lou, assim se protegiam. Perceberam que quando acertavam o adversário com espadas, ele se desmaterializava e sumia no espaço. Eram animais muito esquisitos, misteriosos, Cauré nunca tinha visto igual. Surgiram mais macacos gigantes e a luta continuava. Quando Cauré imaginava não mais resistir, surgiu no céu uma revoada de águias que em rasantes certeiras atingiam os macacos, jogando-os para o ar, quando caiam provocavam um barulho ensurdecedor e se desmaterializavam. Trovão em desespero na popa da canoa maior chamava os dois para bordo. Cauré entendeu o chamado e fez sinal para Lou, e assim recuaram até se jogarem dentro da embarcação que se afastou em alta velocidade.

Somente dentro da embarcação perceberam que eram conduzidos em grande velocidade por botos gigantes que atenderam o chamado de Lou. Cada ataque das águias transformava os macacos em energia que se dissipava no espaço. Na praia, a luta continuou até que não restou nenhum animal monstruoso. As águias voaram em formação deixando um cenário de guerra. Sobrevoaram as duas canoas para se certificarem sobre os passageiros. Em seguida voaram verticalmente desaparecendo no céu azul.

A misteriosa mulher tinha muitas coisas a explicar, especialmente pelo aparecimento das espadas, águias e dos botos gigantes. Juntos, os viajantes festejavam uma grande vitória do bem contra o mal. O mal é o sentimento dos inimigos da fauna e da flora, aqueles que desmatam, queimam a floresta e matam os animais. O bem é a transformação daquele sentimento ruim dos inimigos da floresta em amor, pela natureza. Eis aí o mistério que cedo Cauré desvendou e pensava ser segredo somente dele e de Trovão, mas, agora percebia que Lou também dominava esse fenômeno e tantos outros que ele ainda desconhecia.

Cansados, adormeceram e acordaram algum tampo depois já bem distante daquela agitada ilha. Cauré percebeu que não estavam mais com as armas que usadas na batalha e os botos gigantes haviam desaparecido. Tudo parecia um sonho; a luta, o aspecto horrível daquelas criaturas monstruosas, o grito de Lou, que parecia ecoar no mundo inteiro e o resgate feito pelos botos gigantes. O que mais impressionou Cauré foi à desmaterialização dos monstros no espaço ao serem atingidos pelas armas de ferro e prata. Ele desconhecia se a espada deixada pelo avô e pelo pai possuía algum poder misterioso. Seus pais não lhe falaram, mas o incentivaram a usá-la. Certamente não puderam revelar o segredo da espada que se parecia muito com a que surgiu em sua mão.

Cauré olhando nos olhos de Lou procurava entender se fora real, as águias, os botos gigantes, as espadas de prata e a capacidade de luta de Lou, que enfrentou vinte monstros apenas com uma espada, sem se deixar tocar pelo adversário uma única vez. O que ele poderia esperar dessa misteriosa mulher? Se ela era tão poderosa, por que tinha que passar por tudo aquilo? Se com um simples chamado poderia ser resgatada por estranhas criaturas? Ou teria ela que vivenciar aqueles acontecimentos.

Lou aproximando-se de Cauré beijou-lhe o rosto, revelando que seu poder vinha de vidas passadas, quando obteve um alto grau de desenvolvimento espiritual em civilizações que existiram muito antes da separação dos continentes. Época em que o homem chegou a possuir um progresso científico, tecnológico e espiritual, e adquiriu poderes de dominar algumas ciências e preservar conquistas científicas através de pessoas previamente preparadas. ─ Eu também sou uma pessoa encantada, disse ela. Lou afirmou que Cauré estava dando os primeiros passos como encantado. E que o lugar para onde se dirigiam era uma base de operações aqui nesse planeta. Base necessária para a preparação de pessoas aptas a trabalhar pela preservação do meio ambiente e salvação da terra.

Disse-lhe ainda, que a morte não existe, ela é apenas uma mudança, uma transição, é a forma de viver em outro lugar onde as pessoas adquirem novos conhecimentos e responsabilidades, passando a ver o mundo por uma perspectiva mais real. Explicou que a travessia pela qual ele estava passando, ela também havia passado diversas vezes com o propósito de aperfeiçoamento. Disse-lhe ainda que ele estava começando a dominar alguns fenômenos na natureza e um dia poderia vir a ter visão clara das coisas. Mas, isso só viria a adquirir com o passar do tempo, vivenciando acontecimentos e aprendendo a lidar com o planeta terra. Disse ela viver na civilização para a qual Cauré se dirigia lugar onde também estavam seus pais, e que Nir e Nadina não haviam voltado porque estavam sendo preparados para uma missão especial na preservação do meio ambiente.

─ O mal é que é contra o progresso científico e espiritual das pessoas, pessoas que por ignorância destroem florestas, animais, e poluem a água. Veja o exemplo dos macacos encantados, frutos do mau, de experiências científicas malsucedidas feitas há milhares de anos. Aqueles fracassos científicos ainda mantêm o homem carente de conhecimento e, ainda sujeito o ser atingido por forças maléficas. O mundo pode ser transformado para melhor, se o homem procurar conhecer a ciência através da pesquisa científica, com a qual ele pode desvendar mistérios, e descobrir segredos. Muitos mistérios e parábolas foram trazidos por seres superiores que vieram a esse planeta por inúmeras vezes e não foram compreendidos, ou entendidos e não seguidos. É uma tendência natural do homem, esquecer os ensinamentos que recebe de alguém que vem a terra e volta às origens, concluiu Lou.

Dentro do raciocínio de Lou, podia-se entender que, muitos iluminados que na terra estiveram para indicar o caminho do progresso, não foram compreendidos, e suas mensagens desvirtuadas. E o homem continuou carente de conhecimento, fanatizado por falsos profetas, guerras, dogmas e ideologias, e Inconsciente não percebe que a destruição da terra será sua própria ruína. Lou explicou que criaturas encantadas também vivem nas cidades, entre dirigentes de nações, responsáveis por tomadas de grandes decisões nas sociedades, e que só são vistas por pessoas iguais a ela e a Cauré. Cauré ainda estava no início de um processo de evolução e não era fruto do passado distante como ela, e sim, do agora, tanto que Cauré só percebeu o domínio que tinha sobre algumas coisas na floresta, quando recentemente sentiu a pujança da força da natureza onde a energia é mais positiva, clara e branda. Lou era uma daquelas pessoas que foi preparada para viver aqui e em outros planetas. Treinada para colocar a terra no caminho certo. Encontrar a felicidade e o bem-estar para todos. - Eu amo você  Lou, disse Cauré.  ...  Eu também o amo, respondeu a bela jovem.
 
Antonio de Albuquerque
Enviado por Antonio de Albuquerque em 09/03/2018
Alterado em 01/05/2019
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