Antonio de Albuquerque
Sorrindo de alegria, num espaço sublime entre contos, encantos e poesias.
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"Foto obtida no Google"

 
Antonio de Albuquerque
Joel

Entre cadeias de montanhas existia uma planície, uma casa, um menino e um plantio de malvas alvas tais flocos de algodão, quando o vento brando tangia as floridas plantas, o espaço era tomado por borboletas azuis e amarelas, formando um lindo cenário de rara beleza. O ambiente parecia um vergel encantado da natureza. As cabras e ovelhas com seus borreguinhos livremente pastavam em campos verdes e floridos.

Nas manhãs alegres o sol surgia entre as montanhas dourando o amanhecer de pura alegria e felicidade. A casa era de pedra hermeticamente colocadas umas sobre as outras com lindas varandas enfeitadas de roseiras. A casa parecia envelhecida, mas era Bela e encantadora aonde a felicidade fazia morada e nela vivia Joel, um bom menino galante, sendo a planície o céu das suas imaginações e lembranças, lugar sagrado que seus pais, já falecidos tanto amavam e o ensinaram a amar. Nessa planície as manhãs sorriam gargalhadas de luz e o entardecer se apresentava dourado à luz do Sol que ao se despedir atrás da montanha, surgia no céu a lua e estrelas enfeitadas de luz celestial num esplendoroso e infinito universo.

Joel era seu nome e sua idade era doze anos. Quando os pais faleceram ele tinha oito anos e sua mãe o alfabetizara, deixando para ele alguns livros, entre tantos uma Escritura Sagrada. Assim aprendeu a escrever, ler interpretando textos adquirindo vasto conhecimento literário e bíblico, em decorrência de possuir grande capacidade de aprendizagem, concedida pela natureza. O tempo passava como a correnteza dum rio e na solidão Joel aprendeu a pensar e, se conectando com as belezas do lugar, colheu da natureza, através de profundas reflexões, a dinâmica da vida, da Terra, dos Astros e das pessoas, buscando entender a razão da existência da vegetação, dos animais e do homem e, dentro desse entendimento nasceu em si um magnânimo sentimento de amor por tudo que o cercava naquele lugar de isolamento, paz e harmonia.

Com o passar do tempo Joel percebeu que os habitantes do lugar, sendo analfabetas, espontaneamente o procuravam para ler cartas recebidas e escrever mensagens para parentes distantes. Diante desta questão Joel viajou a pé por três dias até chegar a uma cidade a fim de encontrar um padre que seu pai havia falado que era seu amigo. Ao sacerdote expôs a situação e trocou uma cabra leiteira por material escolar.

Voltando, anunciou a criação duma escola de alfabetização, assim as pessoas iam chegando e ele ensinando o que sabia, inclusive  coisas, que nem imaginava conhecer, transmitindo através de pura inspiração. Joel cuidava dos afazeres durante o dia e à noite em sua casa recebia as pessoas ávidas de conhecimento, e quando perguntavam quem é Deus ele respondia que ainda não conhecia palavras que com elas pudesse definir quem é Deus, mas pedia para as pessoas observarem o Sol, lua, Astros e Estrelas e também paras as belezas do lugar aonde moravam e certamente entenderiam, mas por enquanto procurassem amar uns aos outros e a natureza. Assim, um dia poderiam conhecer o Criador.

Certo dia surgiu em sua casa um homem acompanhado por sua mulher e o convidaram para morar na Pensilvânia nos Estados unidos da América e ele aceitou e para lá seguiu, servindo a força aérea para adquirir cidadania americana chegando a receber o título de piloto da força aérea servindo no estrangeiro, sua missão era resgatar do campo de batalha combatentes feridos, expondo sua vida e salvando pessoas. Um dia, porém, chegou a resgatar soldados inimigos e em razão dessa atitude respondeu a um processo, mas foi absolvido, recebendo uma medalha de honra militar por respeito ao inimigo.

Joel havia casado e tinha dois filhos. Seu avião era um C47 de transporte de feridos e mortos da Cruz Vermelha. Voando a baixa altitude, fugindo dos radares das forças de combate, procurando caminhos mais curtos, foi abatido sobre o Oceano por um míssil em pleno voo com 13 feridos a bordo. Morreu em combate salvando vidas e deixou uma mulher e dois filhos. Até hoje não encontraram os corpos e destroços do avião sepultado no fundo do pacífico. Sua mulher denominada Vitória vive em Los Angelis e seus filhos são oficiais da reserva americana, morando em Sam Diego.
Antonio de Albuquerque
Enviado por Antonio de Albuquerque em 21/11/2018
Alterado em 07/03/2019
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