Antonio de Albuquerque
Sorrindo de alegria, num espaço sublime entre contos, encantos e poesias.
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Antonio de Albuquerque

Reminiscência

O menino Ivo Delmaschyo tinha dezesseis anos de idade, andava pela cidade em busca de emprego, difícil, porque havia chegado de um lugar aonde exercia profissão com pouca qualificação. Morava na Biblioteca de um jornal, lugar aonde conheceu livros cuja incessante leitura facilitou sua vida. Trabalhou em um banco comercial, aos dezenove anos trabalhava numa multinacional, com um salário superior ao que ganhava no banco comercial. Delmaschyo teve um crescimento financeiro e econômico meteórico. Aos trinta anos era milionário, mas por não saber lidar com a força do dinheiro, foi laçado por ilusões.

No início de sua trajetória Delmaschyo conheceu uma mulher de grande talento e beleza, denominada Magnólia que o amava com fervor, sendo sua grande incentivadora e auxiliar no início da sua vida. Ele também a amava, a ponto de pedi-la em casamento, sendo sua primeira e inesquecível namorada. Muito jovem, viajou mundo afora buscando riqueza com o propósito de voltar à sua terra. Mas, mesmo vitorioso, não regressou para resgatar o compromisso com a moça, visto que havia casado, tendo dois filhos.

Depois de alguns anos após a morte da esposa, Delmaschyo voltou à cidade onde morava Magnólia, poderia até visitar outros lugares, mas, Delmaschyo ainda amava Magnólia e alimentava a esperança de reencontra-la, embora pouco soubesse sobre sua vida. Mesmo assim, iniciou incessante busca para encontrá-la usando os meios que conhecia para localiza-la e não obtendo êxito, provisoriamente cessou a procura. Mas, o encontro com a bela jovem passou a ser prioridade em sua esperançosa vida, permanecendo visitando o lugar, sempre colhendo informações, com menos intensidade.

Num belo verão, visitando um balneário em sua cidade natal, Delmaschyo resolveu jantar no restaurante do Hotel onde se hospedava. Ali servia bom peixe à delícia, prato de sua preferência. Conversava com o garçom quando um casal ocupou uma mesa próximo à sua. Delmaschyo percebeu olhares constantes e também examinou o casal. A mulher de meia idade tinha grande beleza e elegância. Sobre a mesa adornada com brilhante vaso de cristal, rosas vermelhas, Tulipas, Magnólias, vinho tinto e taças cristalinas, enchiam o ambiente de esplendor e encantamento, trazendo reminiscências de um esplendoroso passado, fazendo Delmaschyo relembrar a bela e inesquecível senhora Magnólia. Delmaschyo estremeceu, parecendo flutuar no espaço com o coração acelerado que o fez imaginar ser a ação do vinho, mas era pura energia de Magnólia enchendo seu corpo de alegria e prazer. Surgiu em sua mente congestionada, reminiscências de quatro décadas, quando despertou em sua vida um grande amor por Magnólia. Novamente ele estava frente a frente com a mulher que tanto amou. 

Delicadamente o acompanhante da senhora veio pedir para Delmaschyo lhes fazer companhia. Minha mãe o convida para nos conceder a honra de sua companhia. Sorrindo Delmaschyo aceitou, quase desmaiando de intensa alegria. O jovem acompanhante informou a mãe que iria até ao bar para que ela ficasse à vontade e retirou-se. Carinhosamente abraçado o casal rompeu o silêncio falando a um só tempo: Ainda nos amamos!!!

 
Nosso primeiro encontro foi num restaurante
Favor! Não diga quando, faz muito tempo ...
Sim! Num jantar, em um baile de formatura
Nalgum feliz momento das nossas vidas
Você, linda com um vestido azul e renda branca
Sua beleza resplandecia, qual luz estrelar
Tal qual hoje estão seus olhos de esmeralda
Lhe procurei por muito tempo e finalmente
Por acaso nos encontramos, disse Delmaschyo
Magnólia respondeu que, nenhum encontro
Ou reencontro é fortuito, tudo é mistério
Sempre regido pela força da natureza
Veja! Aqui também é um restaurante
Não se culpe por nada, tinha que ser assim
Como aconteceu, fomos felizes por caminhos
Diferentes, mas sempre nos amamos
Certamente determinado pelo Cosmo
Até nossa música, pequena flor
Faz parte das nossas reminiscências
O rapaz segurou as mãos da bela senhora
E beijou-lhe o rosto tingido de alegria
Permaneceram em silêncio, de mãos dadas
Pensando como tanger a nova missão
Novamente suas vidas se cruzaram
Agora, suas histórias seriam em parceria
No restante de suas amorosas existências
Sem mágoas ou ressentimentos
Enfim, o passado é o morto
Que ficou para traz
E o perdão é a salvação
Tudo passa e se renova
Todo momento é tempo de amar
Antonio de Albuquerque
Enviado por Antonio de Albuquerque em 05/11/2019
Alterado em 05/11/2019
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