Antonio de Albuquerque
Sorrindo de alegria, num espaço sublime entre contos, encantos e poesias.
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Mágico Viver

Para melhor entendermos de onde falamos, fazemos um pequeno comentário sobre a formação da Bacia Amazônica, local da Floresta amazônica. Esse gigantesco continente verde coberto de florestas, águas e incalculáveis minérios, é um verdadeiro equilíbrio do Planeta. O Rio Amazonas não tem formação como outros rios, sendo o que restou de um mar, um profundo golfo encaixado entre dois escudos cristalinos, isto é, duas plataformas formadas de rochas originárias, uma ao norte nas Guianas e outra ao sul do Brasil central. Outrora esse golfo se abria para o Oceano Pacífico, sendo fechado do lado Atlântico pelo escudo africano que ainda não se destacara da América, o que só aconteceu com a separação dos continentes, assim formando as florestas da Amazônia, permeadas de riquezas, histórias, mistérios e segredos.

Na longínqua terra da Amazônia, na incomensurável, densa e majestosa floresta, lugar onde o homem branco, nem sonhava pisar, existia numa planície, um santuário imenso, permeado de Rios caudalosas, Cachoeiras, lagos e árvores milenares, floradas e algumas carregadas de frutos, criando no santuário um exuberante vergel de incomparável beleza, em completa harmonia com a natureza. Ali residia um casal, o mais primordial que já existiu na floresta primitiva; Inajé e Avasy, remanescentes de antiquíssima Aldeia de um povo avançado em conhecimentos. Inajé tinha o porte de um deus da beleza, Avasy a boniteza que um grande escultor sonha um dia criar; lembrava um sonho dourado de ternura e carinho.

Moravam em um Tapiri à margem de um Lago, onde a água límpida mimava peixinhos coloridos, e também, peixes maiores nadavam com elegância, cobras d’água e botos de diversas espécies e cores, nadavam na translúcida água do Igapó, brincando entre si e com o casal residente que os amava. Assim, viviam nesse primitivo lugar, onde as vestes ainda não haviam chegado e tudo era natural. Moravam entre rios, lagos, Igapós, corredeiras e Igarapés, rodeados de alegria e felicidade, num cenário enfeitado pelas belezas, mistérios e encantos da natureza.

Habitavam entre ninhais de passarinhos cantadores e bichinhos belos da floresta, entre tantos; Onças, Raposas, Jaguatiricas, Tamanduás, Antas, Jacarés, Macacos, Preguiças, Sauins, Colibris e as Borboletas azuis, que reinavam sobre o santuário. Nas manhãs alegres e alvissareiras surgia a esperança  de ver tarde chegar, cobrindo de silêncio a mata embelezada pelo belo cantar ritmado de Tucanos, Bem-te-vis, Sanhaçus e Sabiás, anunciando a delicada noite se instalar e a Lua pintar de prata, as matas, lagos, Rios , Igapós e  Igarapés.
Com o surgimento da noite, Inajé e Avasy se recolhiam ao Tapiri para contemplar o luar, estrelas luzentes. Juntinhos repousavam se acarinhando numa rede de Tuíra, sonhando com as belezas naturais e com os perigos enfrentados durante o dia. Também sonhavam fugindo da onça pintada, ou montados num jacaré-açu, correndo nas trilhas, mergulhando nos lagos ou de mãos dadas caminhando nas trilhas numa constante magia que os fazia, adultos e crianças, que despertavam ouvindo o cantar harmonioso do Uirapuru. Raios dourados penetravam entre as palhas do Tapiri e Inajé mirando a vermelhidão do sol, se dirigiu ao lago para pescar. Logo estariam almoçando peixe nas cabacinhas colhidas nas margens do Igapó. Após a ágape tirariam uma longa cesta, afinal não eram de ferro.
Antonio de Albuquerque
Enviado por Antonio de Albuquerque em 17/09/2020
Alterado em 18/09/2020
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