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À Beira do Rio Doce
Fiz meu Tapiri à beira do Rio Doce.
Armei a rede de cipó Tuíra na varanda
Os pássaros à tardinha aninhavam para dormir;
Os tucanos nas árvores, alegres ainda cantavam
A tarde se despedia leve, tal a semente da Samaúma
A noite anunciou o luar, em mansuetude.
No silêncio da infinita paz do Divino amor
Adormeci, escutando o grito dos Guaribas
O vento balançava as folhas da Castanheira
E as varandas da rede do robusto cipó, Tuíra
Manhã, despertei sob os formosos raios da aurora
Peguei a canoa de Itauba, e alegre, remei, remei...
Para ver o sol nascer, tingindo os Ipês, em tom carmim
Clareando as roseiras, orvalhadas pelo sereno,
Tecendo um arrebol de infinita grandeza.
Adentrei o Igapó, sentindo o fulgor da mata submersa,
Me encantei com o cantar em sinfonia de belos passarinhos:
Os bem-te-vis, Uirapurus, Sabiás, Canários e Tucanos ...
Refleti sobre a magia da floresta, sublime inspiração
Da natureza esplendorosa criação, arco-íris da vida,
Por esse zelo, consagrada és, Amazônia, do solo amado.